terça-feira, 27 de março de 2012

In A Sentimental Mood

In a sentimental mood “The king of all: Sir Duke”! É dessa forma que o genial e popularíssimo Stevie Wonder se refere à Duke Ellington na faixa “You can feel it all over”, clássico do soul norte americano, lançado no álbum “songs in the key of life”, de 1976. Não é atoa que Duke Ellington é citado na canção de Wonder como um dos pioneiros da música, ao lado de outros gigantes como Louis Armstrong, Ella Fitzegrald, Count Basie, Glen Miller e outros. Sei que muita gente já escreveu sobre a história de todos esses caras. Eles realmente se enquadram na categoria de artistas que estão acima de qualquer julgamento ou comparação. Eles desenvolveram, aprimoraram ou executaram a arte musical com uma excelência possível apenas quando da conjunção de inúmeros fatores. A verdade é que muitos críticos musicais constantemente se empolgam a tentam de alguma forma revirar o passado de grandes músicos como os citados acima, e a partir de suas histórias de vida e do contexto histórico procuram explicar quais foram os ingredientes necessários para o surgimento desses pontos fora da curva. Até certo ponto isso é válido, e certamente existe muita coisa que podemos assimilar do comportamento, dos hábitos, das experiências, enfim, da vida dessas pessoas. A questão é que, apesar da profunda admiração que esses entendidos de música possuem, suas análises esbarram naquilo que não é palpável. O grande diferencial desses gênios é exatamente ultrapassar a barreira do que consideramos crível e adentrar um mundo onde criações artísticas são tão supremas que rompem totalmente qualquer tipo de barreira geográfica, racial, religiosa, etc.. Nunca conheci nenhum crítico musical que se atrevesse a tentar explicar essas coisas, e por enquanto eu não tenho nenhuma ideia a esse respeito. De qualquer forma, considerando que somos indivíduos independentes, e que por isso não precisamos ter exatamente a mesa percepção sobre as coisas, pretendo expressar abaixo (quase) tudo o que sinto ao ouvir “In a sentimental mood”, esse grande clássico do jazz, composição de “Sir Duke” e letra de Manny Kurtz. *Já que citei o autor da letra, recomendo, para os que ainda não conhecem esta canção, a audição da versão cantada por Sarah Vaughn. In a sentimental mood (versão da Sarah Vaughn) In a sentimental mood I can see the stars come through my room While your loving attitude Is like a flame that lights the gloom On the wings of every kiss Drifts a melody so strange and sweet In this sentimental bliss You make my paradise complete Rose petals seem to fall It's all I could dream to call you mine My heart's a lighter thing Since you made this night a thing divine In a sentimental mood I'm within a world so heavenly For I never dreamt that you'd be loving sentimental me Da breve introdução destaco o fraseado bluesy de guitarra que com delicados hammer-ons no meio de cada frase, remetendo a suspiros apaixonados trazidos pelas amorosas recordações. Esses suspiros são repentinamente interrompidos por alguém que, não mais suportando tantas sensações reprimidas, procura externalizá-las através do canto, explicando se encontrar naquele instante imerso em uma atmosfera repleta de saudades e paixão. Sarah demora na a execução do primeiro verso, soprando a palavra “mood” de modo a reforçar sua condição emotiva. Vale a pena reparar na guitarra melódica que acompanha e completa o lamento da cantora durante toda a execução da música, contrapondo os versos cantados e preenchendo o espaço entre um verso e outro como se fosse realmente a respiração contemplativa anteriormente citada. O verso fundamental desta canção é: “you make my Paradise complete”. Com este verso entende-se que a intenção do autor era retratar não a atração, que, é efêmera, e sim o mais profundo e puro sentimento que existe entre duas pessoas. A partir daí, já tendo anunciado a intensidade e a dimensão do que sente, “Sarah” tenta descrever, através da projeção de imagens, como quando fala das pétalas de rosa caindo, de uma chama que ilumina a escuridão, as emoções que sente quando está na presença de seu grande amor

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

POLÍCIA E BOMBEIRO




Por trás de muros e grades confinam-se as consciências. Qualquer um que delas todas precisar,terá de esperar por um eventual choque entre pelo menos duas(óbvio),que devem colidir por um acaso que a probabilidade falha em tentar explicar,e que além de uma rara estatura necessária ao alcance "do além" das barreiras de concreto e ferro,devem possuir a química de seu funcionamento às avessas,ou seja,devem crescer enquanto as forças externas as conduzem à compactação.
O panorama tem sido este desde algum tempo.É o hábito de transferir nossos deveres,que nos mata.A coragem que ate´aqui nos trouxe,é cega,e se cansa diante do mecanismo ora massificante ,ora malicioso ,que faz com que nos achemos detentores de poder sobre uma grande máquina superpoderosa.Mas esta máquina,cercada de pomposidade,estrelas e hinos,jamais funcionará em sua plenitude sem que as grandes paredes que nos cercam sejam postas abaixo,e o gigante esplendoroso, adormecido, desperte, e possa sim,ser medido,pesquisado,e catalogado,mas acima de tudo,temido.